O Instituto Comum Viver nasce a partir de um diagnóstico profundo sobre os desafios presentes na estrutura sociopolítica, econômica e ambiental brasileira, na perspectiva de contribuir para a construção de uma revolução democrática no país. Com efeito, entendemos que são dois os principais desafios da sociedade brasileira na atual conjuntura: o primeiro é como fortalecer a defesa do Estado Democrático de Direito diante do crescimento das forças fundamentalistas que negam valores fundamentais como a convivência democrática na diversidade; o respeito aos direitos fundamentais; a valorização da natureza e sua preservação como eixo para a sobrevivência da humanidade.
O segundo desafio diz respeito, em um quadro de crescente aumento da desigualdade social e econômica, à necessidade de elaborar e disseminar políticas públicas inovadoras que garantam a dignidade da vida da população, especialmente a periférica e favelada, amplamente majoritária no país. Neste caso, cabe salientar as demandas territoriais: do ponto de vista das condições climáticas, o mundo se vê dominado pelo que pode ser definido como um processo sistemático de injustiça ambiental: os principais responsáveis pela crise climática são os grupos e países ricos, mas os principais prejudicados são os grupos sociais e países periféricos. Neste quadro, urge encontrar soluções técnicas, políticas e econômicas que garantam a proteção à vida e à melhoria da qualidade de vida nos territórios periféricos, de forma integrada e global, levando em conta tanto as necessidades econômicas como de qualidade ambiental.
No contexto assinalado, o Instituto Comum Viver nasce vocacionado para elaborar e aplicar conceitos, metodologias, tecnologias sociais que contribuam para enfrentar os desafios assinalados, se somando a pessoas, coletivos e instituições que tenham no Bem Comum o sentido de suas ações e se proponham a atuar de forma sinérgica e engajada para que o conjunto da sociedade brasileira a ele tenham acesso.